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As medidas que devem ser tomadas para o retorno das aulas presenciais

Coordenador pedagógico do Cel.Lep descreve cinco medidas a serem tomadas pelas escolas

Por Marcos Ueda*: Todos estamos preocupados com o cenário de futuro e retorno às aulas presenciais. O cuidado, acolhimento e planejamento serão decisivos para uma implementação mais tranquila. Teremos que lidar com famílias, docentes e colaboradores fragilizados, todos com suas demandas pessoais e de grupo, muitos enlutados e todos apreensivos.

A escola deve assumir seu papel de casa de educação, socialização e de empatia. Como comentei no último encontro não retomaremos nossas escolas de onde paramos. O fato da crise sem precedentes exige medidas também extraordinárias.

A articulação intersetorial será fundamental para entendimento e implementação das medidas no retorno às aulas.

Para mim, temos os seguintes temas focais:

  • 1 O planejamento de um retorno faseado às aulas, tendo sempre como tema central as precauções com a saúde;
  • 2 A reorganização do calendário escolar, visando garantir os objetivos curriculares;
  • 3 E para tanto uma avaliação diagnóstica do nível de aprendizado dos alunos assim que houver o retorno, seguida de programas de recuperação;
  • 4 A comunicação frequente com todas as famílias dos alunos;
  • 5 Alto grau de contextualização das medidas no nível da escola.

Vamos aos temas focais

1)      A questão sanitária é naturalmente a que demanda maior cuidado, pois o retorno se dará provavelmente ainda durante a pandemia. E medidas rigorosas logística precisam ser planejadas. Aqui alguns exemplos citados pela organização Todos pela Educação:

  • lavagens de mãos na chegada e regularmente durante a permanência na escola;
  • higienização rigorosa dos espaços de uso comum e privados;
  • verificação da temperatura dos alunos e educadores na entrada;
  • disponibilização de álcool em gel nas salas de aula e todos espaços comuns nas escolas;
  • utilização de máscaras por alunos e professores durante toda a estadia na escola;
  • comunicação das medidas de higiene adequada às diferentes faixas etárias;
  • maior espaçamento entre carteiras nas salas de aula;
  • realização de aulas em ginásios, quadras ou mesmo ao ar livre;
  • escalonamento dos horários de entrada, saída, recreio e almoço dos alunos para evitar aglomerações;
  • rodízios entre alunos e educadores, para que nem todos estejam presentes na escola ao mesmo tempo;
  • sinalização de rotas dentro das escolas para que os alunos mantenham distância entre si;
  • diminuição do número de alunos por sala;
  • utilização de múltiplas entradas da escola e divisão dos alunos de acordo com a proximidade das salas;
  • marcação de lugares nos refeitórios, para minimizar a movimentação durante o almoço.
  • comunicação via rádio ou fone para organizar as saídas para o banheiro.

2)      A reorganização do calendário escolar também exigirá criatividade e ação coordenada de todos os departamentos da escola. Garantindo a cobertura de lacunas deixadas pelo ensino remoto com atenção especial aos alunos em situação de vulnerabilidade. Vejamos:

  • ampliação da jornada diária nas escolas;
  • reposição de aulas utilizando sábados letivos;
  • reposição de aulas em turnos alternativos, como o noturno;
  • prorrogação dos calendários de atividades para o período de recesso ou para o ano seguinte;
  • revisão dos objetivos de aprendizagem para o ano letivo em curso, com compensação a ser realizada no ano seguinte.

3) Assim percebemos a necessidade de uma avaliação diagnóstica inicial, e processual de acompanhamento dos alunos em suas necessidades individuais e do coletivo como um todo.

  • formar turmas pequenas, de modo que os professores tenham maior facilidade em observar, personalizar e customizar as atividades de acordo com as necessidades individuais de cada aluno;
  • em momentos específicos, formar grupos com nível de aprendizado semelhantes;
  • professores são a parte fundamental desse processo e exige formação específica e ampla experiência profissional, para que sejam capazes de identificar as diferentes necessidades dos alunos e buscar solucioná-las de forma personalizada.

4). Também crucial no retorno às aulas presenciais será o fortalecimento da comunicação com as famílias dos alunos. Comunicação clara e transparente das medidas implementadas durante o retorno. E para tanto a escola deve se valer

  • dos canais tradicionais de imprensa (televisão e jornais impressos e Internet por exemplo);
  • utilização de redes sociais dos governos e das escolas;
  • envio de e-mails para alunos e familiares;
  • disponibilização de informações no site da escola e das Secretarias de Educação;
  • canal de atendimento por telefone para dúvidas e informações; e
  • envio de mensagens instantâneas aos alunos, pais e responsáveis.
  • . imprescindível a formação de um comitê de checagem de informações evitando assim comprometer a imagem da escola como fonte de informações verdadeiras e necessárias.

5.). Incentivo à contextualização local das medidas à altura dos desafios que se apresentarão, para que sejam mais aderentes, levando em conta a todos os agentes envolvidos: lideranças escolares, professores, alunos e suas famílias.

Marcos Ueda é coordenador pedagógico do Cel.Lep.

Fonte: https://revistaeducacao.com.br

Foto: Freepik

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